Suco de Capitalismo

O dia vem nascendo
Devagarinho
A madrugada já se afasta
Sem frio, sem orvalho...
O tempo seco todo dia.

A natureza cobrando o preço
De nossa intrépida ignorância.
No que somos superiores às demais espécies?
Bebemos o suco do capitalismo
E, mesmo os mais otimistas,
Acreditam em uma mudança em três ou quatro gerações.
Será que há tempo pra tanta gente nascer
Antes do homem sumir
Desse planeta tal qual um dia surgiu?

Ridículos, hipócritas...
O que somos afinal?
As palavras não nos comovem
A ponto de mudarmos.
Vamos empurrando essas mentiras
Até quando?
Do que fugimos,
Se a nossa covardia perante os donos do mundo
Levará todos (ou pelo menos a maioria)
À mais completa destruição?

E nesse emaranhado de hipocrisias,
A conciliação abre as portas pro neofascismo
Crescente, mutante
E ficamos calados
Vendo mártires e ainda hoje
Escrevendo notas
Esperando de velhos senhores
A paz em meio aos genocídios programados.

Não me venham falar de amor, senhores.
Não neguem na minha frentea luta de classes.
Não venham com a tal religiosidade progressista.
Todos dominam as mentes e escolhas
Impedem o surgimento do homem novo
E obscurecem, dificultam, nos aferram
Cada vez mais à lama, a esse caos
Ao mortífero e implacável
Império do capital,
À barbárie como regra institucionalizada.


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