Na Boca do Lixo


Sacos, sacolas, entulho.
Urubus por todo canto...
Gente juntando bagulho,
A miséria escancarada gritando.

Gente com fome
Já não tem mais nome...
Nem sente mais as moscas
O odor
Atravessa montanhas de lixo
E some...

Gente no lixo com fome
Disputa espaço, carniça, podridão
Entre si e os urubus
Numa miséria coletiva
Escondida dos turistas
E da própria população...

Miséria que é tão nossa
Retrato da falta de oportunidades
Da dignidade negada
Dia a dia
Enquanto criamos mais lixo
Despreocupados de tudo...

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