O Correr da História
Já não vale reformular verdades
Sobre a mentira que todos veem:
O amor de cinema ou streaming,
O clichê que encanta e cansa,
Os amores sem futuro com histórias de uma hora.
Hoje faz mais sentido
Sentir – ver – notar
Pessoas com fome
Gente sem nome
Esquecidas pela gente de bem
Que se escandaliza por qualquer coisa
Mas é incapaz de estender as mãos
Com seus batidos discursos morais
De quem é incapaz de encampar uma luta,
Ou fazer uma boa ação.
No fim das contas
É isso:
Um individualismo soberbo
Grita ‘‘foda-se” em todas as direções
Enquanto os mandantes
Que sequestram sonhos e futuros
Sorriem
Seguros de que a hora da virada profunda
Não há de vir.
(Será?)
Então pra que todo esse aparato
De casos isolados sem punição
Aos gorilas que o Estado coloca ao seu dispor?
Seguimos sem respostas
Mas desde que perguntas
Comecem a circular
Algo pode mudar:
Desde que a demagogia de alguns
Não divida os sonhos
Não atrapalhe o curso
Belo e imprevisível
Que virá – sim – com o decorrer da história.