Números?

Cem mil mortos.
São números apenas?
Pra quem naturaliza a morte
São só estatísticas
Fatos banais,
Um dado a mais
Sem qualquer solução.

A dor das famílias não importa?
As lágrimas de mães e pais,
A dor de filhos e companheiros,
O silêncio eterno pra milhões de amigos.

E no entanto
O responsável genocida
Não pode ser afastado
Pois o Deus Mercado
Das sementes milagrosas de feijão
É o mesmo que sustenta
Embasa, orienta
A equipe criminosa de plantão.

São vidas
Ou simples números?
Pra quem vê como dados frios
Arquivados, burocráticos
Já não há salvação:
Qualquer dignidade
Caminha longe,
Esquece desses vermes que caminham.

Tripudiam da dor
Deturpam o sentido do amor
Controlam corpos e mentes
Nessa saga descontente
De caos, medo e deriva...

Postagens mais visitadas