Recorte de Uma Manhã

Há muito as flores caem...
Como me calo
Quando tudo o que devia
Era falar
Sem pressa ou medo.

Há qualquer coisa
Perdida no ar
Firme como um espinho
A me atingir, cutucar
Nessa manhã de junho.

Não é de dor que falo...
E sim uma agitação
Que não se expõe e mesmo assim
Aponta a possível direção
Onde os sonhos possam
  [Ser mais coloridos
Em que seja esquecida toda indecisão.

Observo a planta
Verde, fixa, imóvel
E deixo as flores caírem
Ali, na escada de concreto
Numa azul manhã de junho...

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