Sem Título
O mar fétido encanta milhares,
Atrai corpos e olhares,
Ofusca a paisagem e assusta
Quem vê sempre as coisas finitas.
A angústia do mar
Parece com o desespero...
Afaga e aflige com a imensidão
A quem tem medo do desconhecido.
Não importam velhos vultos...
Tudo isso passou.
Lá em frente, casais observam a lua.
Comem, riem, discutem... Vivem.
E aqui observo
Recluso, em silêncio,
Tudo que ainda não encontrei
Em qualquer coisa rua ou esquina,
Num olhar vago e desinteressado
De algum improvável momento.