Claro

O silêncio na madrugada...
A noite sutil não me assusta.
Os olhos e ouvidos atentos
Insones, pensativos e sós.

O futuro sempre é incerto;
Mas o medo é certeiro e sagaz,
Como um dia de chuva em março,
Como o sol pleno e forte em setembro...

Navego sobre os sonhos e quase bloqueio
O planejado trajeto construído por um ideal
Pouco lembrado ao longo do tempo
Por tantas noites quebradas ao meio.

Olho o teto... Ouço o vento.
O galo lá fora quase aponta um novo dia.
Daqui a pouco os operários caminham.
Os comerciários também.
A labuta alienada não para.
Isso aflige e sufoca.

Fico à espera do novo dia,
De suas histórias e possibilidades.
Com sua exploração cotidiana
Da vida e dos sonhos possíveis,
Com o medo impróprio e antecipado
Do futuro que não se anuncia.

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