Aqui Chegamos na nova nação
O país mudou o rumo.
Afinal, em que ano estamos?
Latifúndios cheiram a progresso,
Impactante, sujo e grosseiro
Como panos velhos cobertos de lama.
Meninas de rosa,
Meninos de azul.
O verde é incógnita,
Não são mais as árvores,
E tampouco as verdinhas que os pobres não verão.
Laranjas se guiam
E movimentam caminhos
Tenebrosos, obtusos
Mas constantes destinos.
Os índios enfim não tem mais terra.
Afinal em 500 anos
O homem branco decidiu que já era tudo dele.
Desde sempre ofende, pisa
Estrangula o negro, falso liberto,
Mas eis que agora tem licença pra matar às claras,
Sem repreensão ou registro do mal feito.
Eis que os dias revelam
O quanto a noite encobre
Nesse pesadelo que desatina
Sendo real, sincero e rotineiro.