Do Natal

Embaraço as palavras
E observo o tempo - mais uma vez tudo passou
Pelos dedos, medos, pelas cores e sons.

As pessoas mudam ou seria apenas
A velha máscara?
O mundo disfarça em silêncio ou caridade
Os horrores e a ganância de alguns,
Que renegam a justiça e a partilha.

Chove como a certeza de que ainda somos
Todos os mesmos de há pouco,
De meses e anos atrás,
Que lembram e esquecem do todo,
Afagam a mente com uma falsa paz.

As palavras ditas repetem lugares comuns
Que fazem bem e acomodam
A silenciosa inquietação do ser
Nessa multidão de estranhos indiferentes,
Dispostos a esquecer o todo
Enquanto o mundo segue
Nessa confusa ebulição...

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