Esses Tempos
As pessoas nas ruas. Ruídos intensos.
A polícia nas esquinas, preparando o cerco.
No país dos senhores, do silêncio oportuno,
As massas se calam e indignam
Com medo.
As bandeiras com medo,
Envergonhadas da missão
Afligem os sonhos mais tortos
E aterram na covardia - sobre um infinito de nada,
Os sonhos de gerações.
Que povo é esse tão apático,
Que não consegue se colocar
E nem se opõe à sanha sanguinária
Dos que nunca sangram enquanto nos sugam?
Os dias passam sem contar...
O caos impera, e a vida passa,
Mas - ao que parece - o medo não.