Indagações

Quando respondo às tuas mensagens,
As palavras fluem e se desencontram.
O celular antecipa: "te amo."
Mas afasto rapidamente a expressão
E mudo o assunto sem trocar de desejo.

Não posso perder o controle,
Esquecer quem eu sou
E sofrer no vazio dos meus sonhos mais límpidos.

Olho o céu tão azul - e me questiono
Quando sei que é amor,
E recupero o tempo que nunca foi de mais ninguém,
A força dos anos de vaga solidão...

A dúvida impera nos dias azuis.
Quando sei se é amor,
Ou nada além de medo,
Se as minhas palavras
São apenas escritas,
Se o amor necessita de dois seres comuns?

Não será então amor?
Seria a mentira sutil preparada
Ou será uma semente com medo de germinar
Para em seguida ser extirpada do chão?

Por isso, no silêncio do celular,
Sem querer enfrentar o medo,
Não falo nada além de palavras confusas,
Que você talvez compreenda - ou não.
Mensagens avulsas dum mosaico
De incertezas e medo, vazias e cheias, complexas e simples.

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