Catirina

A mesa e a comida.
O cuidado e as palavras.
O vento agreste, sutil e lento,
Sussurra ao silêncio - inefáveis mistérios.

A moça exausta - de nome Catirina
De pele negra e vibrante
Atende - solicita - à fome imaginada.
Afaga em palavras, rompe o manto.
Esqueço seu modo intrigante e obscuro.

Eu vejo a rua deserta e fria,
Na noite sombria de vento sutil.
Contemplo o silêncio, enquanto - sereno
Percebo teus olhos tão mansos e intensos...
Que criam ondas brilhantes
Em sonhos diversos
No tempo confuso
Das horas incertas
Dessas noites sem lâmpadas, lanternas, querosene ou luar.

Sutil Catirina, tão meiga menina
Teus olhos - minha sina,
Seus gestos - encantam
Os meus que há muito
Observam o silêncio
Das ruas e sombras,
Das flores e sons,
Na noite larga e fria...

Postagens mais visitadas