Catirina (Poema 2)

Solto as amarras de antigas promessas e sonhos.
Sigo a linha do horizonte e busco
Palavras que descrevam meu medo descontínuo.

Do cacto nasceu a flor
Que na primavera surpreendeu.
Abriu um sorriso e revelou
O que meu coração nunca percebeu.

Com um vago receio me pergunto
Se a flor de cacto corresponde
Ao impulso que tenho a cada olhar,
À força das palavras sinceras,
À paixão que nasce devagar,
Ao silêncio inequívoco e eficaz.

Restam dúvidas enquanto o dia nasce,
A solidão repele
E meu sentimento, incerto e insensato,
Enfrenta tempo e espaço,
E sonha com o que ainda não aconteceu.

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