Passos, tempo e espaço

O descompasso do relógio
Deu ao dia um ritmo abstrato.
Cronometrados passos no tempo e espaço.
Escassa atenção aos rastros passados.

Não tive medo do tempo veloz.
Ouço o som do vento sussurrante.
Noto no escuro o embaraço da noite,
Sincera amiga do calmo silêncio.

Noto o relógio,  descompassado
No seu ritmo certo e simples.
Vejo a luz do poste distante
De todas as certezas que o tempo apresenta.

Nada corre... Nem as pernas cansadas
Do contato com as pedras de cantaria
Nos dias de chuva e calor,
Acostumadas ao ritmo dos dias.

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