O Grito

Navego em palavras distopicas
Em meio à chuva imperosa
Que confronta as pedras de cantaria
Enquanto sigo o tempo
No dia cheio e impalpável.

Não busco a noite impura,
Enquanto sonhos marcados
Desfazem velhas fissuras
De olhares tortos e embriagados.

Socorrem as horas de desalento
A poesia em brisa refeita
Enquanto murcham as dores do não ser,
E enfrento a metafísica do tempo/espaço,
Falando das dores que tive - e recriei.

Chora o distante sussurro do dia.
Gritam as horas de sonho e liberdade,
Vejo o rebelde clamor de alegria,
Compondo o panorama da noite na cidade.

Encaro as ruas - velhas amigas...
Desço a ladeira, ergo a cabeça,
Encaro o futuro que desconheço,
Rompendo com o medo - sem saber voar.

Postagens mais visitadas