Segunda de Chuva
Chove sobre a cidade,
Que está nua sob a fonte
Distante da pálida calma cotidiana.
O azul do céu ficou violeta,
Quando ao invés da lua
A água em tudo ficou visível.
Percebo meus passos encharcados
Neste caminho, já conhecido
Que guarda segredos amedrontados
Num banco de praça adormecido.
Meço as distâncias que ainda não percorri,
E percebo que tudo está por escrever,
Enquanto o mistério segue o caminho lado a lado comigo,
Com o imutável propósito de ter um abrigo
Nessa incessante busca de um recomeço.